Desmistificando a Bolsa de Valores

No período das grandes navegações, monstros vorazes, sereias hipnotizantes e outros tantos perigos eram relatados e desenhados nas cartas náuticas. Acreditava-se que o mundo era plano e que se poderia cair ao chegar na beirada. Outros perigos eram bastante reais, principalmente para as pequenas náus que cortavam mares não mapeados.

Relatos reais se misturavam com outros irreais, com fantasias e distorções de histórias que já havim passado por muitas bocas. No fim das contas tudo simbolizava o medo do homem frente ao desconhecido.

Heróis procuram coragem para vencer o desconhecido. A alternativa que resta a nós, que não somos heróis, é buscar conhecimento. Ao desmistificarmos o desconhecido, ele perde sua principal força apavorante. Conhecimento é a chave que temos à mão para vencer o medo.

A Bolsa de Valores e o Mercado de Capitais são envoltos por uma mesma atmosfera sombria, cheia de relatos e convicções. Podemos dividir esses relatos em três grupos: alguns desses relatos são histórias, outros foram verdadeiros num passado recente e outros, são verdadeiros ainda hoje.

O primeiro grupo, dos relatos e convicções não verdadeiros, aparecem muitas vezes por generalizações de experiências próprias – raramente contadas integramente – ou por teorias conspiratórias. Normalmente não sustentam uma investigação.

O segundo grupo, dos relatos que foram verdadeiros no passado, deixaram de fazer sentido à medida que a evolução tecnológica e regulatória impediu que eles se repitam.

Finalmente há os relatos do terceiro grupo, que nos assustam e ainda podem ocorrer, portanto são verdadeiros. Há riscos reais na Bolsa de Valores. Esses riscos não são eliminados, mas podem ser gerenciados. Há técnicas para isso, mas poucos as seguem.

Boa barte desses mitos não são reais, ao menos hoje em dia. E há soluções para os perigos que restam e existem de fato. Não que o risco seja removido, mas ele pode ser gerenciado.

Aqui vai uma mensagem importante: você estará sempre no comando! Não precisa ter medo dos outros, de entidades, grandes grupos ou mega especuladores, mas preste atenção em você. Será você que vai apertar o botão de comprar ou vender na hora ou na quantidade errada. Os monstros marinhos não existem. As sereias podem chamar com cantos enebriantes, mas o timão está contigo e você comanda a sua nau!

 

A Bolsa de Valores

Minha metáfora para a Bolsa é a de uma feira ao ar livre. Imagine uma feira de bairro onde qualquer um pode montar, ou alugar uma barraca, e expor seus produtos agrícolas. Pense numa feira de carros usados, ela é apenas um ponto de encontro entre pessoas que desejam vender algo e pessoas que desejam comprar.

Na sua essência, a Bolsa é apenas isso, um ponto de encontro entre pessoas que querem vender e comprar pedaços de empresas, de um certo tipo de empresa, como veremos.

Nos dias de hoje, essa simplificação é excessiva. A Bolsa fornece mais que o ponto de encontro, fornece algumas garantias sobre o que está sendo comprado e sobre o registro e desfecho completo da transação.

É importante notar que estar reunidos em um lugar só aumenta para todos as possibilidades de participar de boas ofertas. Fazer uma transação isolado, distante do centro, é muito arriscado, pois não há referência de preço, e você pode comprar muito mal.

Em outro momento, mostrarei o que é comprar ações de uma empresa aberta e porque isso pode ser um bom investimento. Por enquanto queria apenas ajudá-lo a vencer o medo que paira sobre essa desconhecida que é a Bolsa de Valores.

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