Salman Khan: Vídeo para reinventar a educação

Salman Khan começou a fazer alguns vídeos para suas sobrinhas, ajudando-as em algumas aulas. Os vídeos começaram a ser usados por muitas pessoas ao redor dos EUA e pelo mundo. A esposa de um capitalista de risco viu os vídeos e começou a apoiar a iniciativa de Khan, trazendo dinheiro beneficiente e arrecadando doações. Ele montou a Khan Academy, que possui hoje mais de 2.600 vídeos.

Apesar da simplicidade proposta, Khan tem sido muito inovador, ao ponto de Bill Gates fazer a sua apresentação no TED.

O vídeo abre discussões sobre vários aspectos. Logo após 14º minuto há um gráfico que me marcou: mostra crianças que começam lentamente e, de repente, se tornam aprendizes rápidos. Isso contraria as espectativas comuns, de que no primeiro instante todos já mostram como será o desempenho. “Cada um à sua velocidade” é um dos seus pontos fortes.

A grande vantagem dos vídeos é que eles permitem recuperar o atraso. Pessoas que não entendem uma lição podem ficar definitivamente em desvantagem em aulas tradicionais. Com um vídeo, elas podem assistir quantas vezes for necessário, recuperar o atraso e voltar à corrida em pé de igualdade.

Isso me lembra o processo de aprendizagem de desenho de Betty Edwards, em seu livro “Desenhando com o lado Direito do Cérebro”. Ela descreve que aprender a desenhar tem um carácter abrupto – as pessoas não vão melhorando, mas a ficha cai de um momento para outro, como se as pessoas “aprendessem a desligar”, temporariamente, o lado esquerdo do cérebro.

Note que ele possui muitos exemplos em matemática porque foi onde ele começou e onde muitos sentem necessidade. Entretanto, há vídeos em várias áreas do saber.

Uma coisa que me fascina no uso de vídeos para a aprendizagem (como alternativa e complemento ao livro, não ao professor) é que eles podem ensinar o conhecimento tácito. Por exemplo, tente ensinar um nó de gravata através de um texto – muito difícil e tortuoso para o aprendiz.  Mas assista alguns vídeos no YouTube e … voilá.

Acredito que a Internet muda o mundo e como fazemos as coisas: como trabalhamos, como nos comunicamos, como exprimimos nossos pensamentos – qualquer um pode publicar o que quiser. Precisamos nos adaptar a esse novo mundo, a essa nova maneira de ver as coisas. Não se trata mais de saber tudo, mas se saber buscar e aprender… muito menos saber e mais pesquisa e absorção. Aprender a aprender é mais importante do que o conteúdo de fato.

Tive oportunidade de experimentar o uso de vídeos (a rigor, screencasts, gravações narradas das operações feitas na tela do computador). Foi quando percebi que as algumas vezes é melhor alguém ver como se faz, do que ouvir ou ler a descrição. Era exatamente o que acontecia em aulas práticas de informática. O resultado foi muito bom, definitivamente.

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